-SERVAMARA-
A mais ou menos dois anos atrás, minha filha resolveu comprar um aquário, se dedicando a ornamentá-lo, comprando vários peixinhos, lendo na internet, quais os cuidados necessários, para conservá-los com vida e saúde.
Mas por mais que minha filha se dedicasse aos seus peixinhos, acidentes aconteciam, na troca da água do aquário, alguns peixinhos mais afoitos pulavam fora do aquário, se machucavam e depois morriam; outros começavam a inchar, não querendo mais comer, e minha filha colocava remédios, e não tinham jeito, eles morriam...
Minha filha ficava triste, pois ela gostava tanto deles, colocando nome para cada um dos peixinhos, e parecia que eles a reconheciam, porque quando ela chegava da faculdade e ia vê-los, eles ficavam todos reunidos, esperando que ela os alimentassem.
No final do ano passado, no último semestre da sua faculdade, minha filha não tinha mais tempo de cuidar deles, e também tinha se desencantado, pois a maioria tinha morrido, e só tinha sobrado três peixinhos, dois deles estavam inchados e doentes e acabaram morrendo, só sobrando um. Justamente esse peixinho solitário, que eu cuido e observo todos dias, ele mal come, e minha filha acha que ele deve estar depressivo e doente.
Oro ao Senhor que ele morra logo, tendo alívio para sua agonia; mas enquanto isso não ocorre, ele tem me ensinado algumas preciosas lições que quero compartilhar com vocês.
A primeira lição é a triste realidade que nos momentos de dores, tribulações, desertos, por mais que tenhamos familiares, amigos, estamos sozinhos, eles geralmente se dispersam, nos desapontam, não correspondem aos nossos anseios; são como sombras, miragens, devanecem totalmente...
O Senhor Jesus já sabia de antemão dessa preciosa verdade, Ele sabia e conhecia o que havia dentro do homem, reconhecendo as suas fragilidades, os seus medos. Ele sabia que Seu Pai era o único que podia contar e que jamais o desampararia.
Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos cada um para sua parte, e me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo. Jo 16:32
A segunda lição é que somos igual a esse peixinho, solitário, doente, perdido, sem direção, quase agonizante; se não tivermos a presença de Deus em nossas vidas, nada somos, nada podemos fazer, nem tampouco termos uma boa qualidade de vida. Ele é o nosso oxigênio que nos mantêm vivos, quando estamos totalmente submersos diantes das aflições da vida.
Não podemos colocar nossa confiança, nossa expectativa, nossa força, nosso coração, em outra pessoa; pois elas são como sombras, miragens, desaparecem a primeira tribulação. Jr 17:5-6
A terceira lição é que cada um de nós, individualmente, comparecerá diante dEle, patente, transparente, sem máscaras, sem riquezas, sem amigos, sem familiares, sem recantos pra se esconder; para responder pelas suas escolhas, pelos seus atos, seus desvarios, suas obras...E nesse Dia, grandioso momento, não podemos fugir, estamos encurralados, igual a esse peixinho no aquário, esperando o julgamento.
De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Rm 14:12
A quarta lição que aprendi observando o peixinho no aquário é que mesmo diante das maiores aflições, tribulações, e profunda solidão, podemos transformar as adversidades, em gozo e aprendizagem, como por exemplo, deixando morrer o nosso eu, o velho homem, cheio de soberba; e nos aquietarmos e nos entregarmos nos braços do Pai benigno, amoroso, compassivo, perdoador.
Faço minhas as palavras de Davi, que em momentos extremos de aflições, soube reconhecer a soberania do Senhor, e preferiu:
Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.
Bem sei eu, ó SENHOR, que os teus juízos são justos, e que segundo a tua fidelidade me afligiste. Sl 119 71,75
Enfim, a sós com Ele, seremos livres e sadios peixinhos, vivendo Cristo em nós, por toda a eternidade!
Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Fl 1:21
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