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domingo, 20 de janeiro de 2013

OBSERVANDO UM PEIXINHO NO AQUÁRIO



-SERVAMARA-



A mais ou menos dois anos atrás, minha filha resolveu comprar um aquário, se dedicando a ornamentá-lo, comprando vários peixinhos, lendo na internet, quais os cuidados necessários, para conservá-los com vida e saúde.

Era uma terapia para ela essa atividade, pois tinha começado a fase de estágios na sua faculdade, no curso de Enfermagem; e muitas vezes, chegava estressada em casa e só de vê-los, ela se alegrava. Eu a ajudava  nessa prazeirosa incumbência, dando a comida pra eles, quando ela não estava, e também indo comprar a sua alimentação, algas, remédios, etc.

Mas por mais que minha filha se dedicasse aos seus peixinhos, acidentes aconteciam, na troca da água do aquário, alguns peixinhos mais afoitos pulavam fora do aquário, se machucavam e depois morriam; outros começavam a inchar, não querendo mais comer, e minha filha colocava remédios, e não tinham jeito, eles morriam...

Minha filha ficava triste, pois ela gostava tanto deles, colocando nome para cada um dos peixinhos, e parecia que eles a reconheciam, porque quando ela chegava da faculdade e ia vê-los, eles ficavam todos reunidos, esperando que ela os alimentassem.

No final do ano passado, no último semestre da sua faculdade, minha filha não tinha mais tempo de cuidar deles, e também tinha se desencantado, pois a maioria tinha morrido, e só tinha sobrado três peixinhos, dois deles estavam inchados e doentes e acabaram morrendo, só sobrando um. Justamente esse peixinho solitário, que eu cuido e observo todos dias, ele mal come, e minha filha acha que ele deve estar depressivo e doente.

Oro ao Senhor que ele morra logo, tendo alívio para sua agonia; mas enquanto isso não ocorre, ele tem me ensinado algumas preciosas lições que quero compartilhar com vocês.

A primeira lição é a triste realidade que nos momentos de dores, tribulações, desertos, por mais que tenhamos familiares, amigos, estamos sozinhos, eles geralmente se dispersam, nos desapontam, não correspondem aos nossos anseios; são como sombras, miragens, devanecem totalmente...

O Senhor Jesus já sabia de antemão dessa preciosa verdade, Ele sabia e conhecia o que havia dentro do homem, reconhecendo as suas fragilidades, os  seus medos. Ele sabia que Seu Pai era o único que podia contar e que jamais o desampararia.

Eis que chega a hora, e já se aproxima, em que vós sereis dispersos cada um para sua parte, e me deixareis só; mas não estou só, porque o Pai está comigo. Jo 16:32

A segunda lição é que somos igual a esse peixinho, solitário,  doente, perdido, sem direção, quase agonizante; se não tivermos  a presença de Deus em nossas vidas,  nada somos, nada podemos fazer, nem tampouco termos uma boa qualidade de vida. Ele é o nosso oxigênio que nos mantêm vivos, quando estamos totalmente submersos diantes das aflições da vida.

Não podemos colocar nossa confiança, nossa expectativa, nossa força, nosso coração, em outra pessoa; pois elas são como sombras, miragens, desaparecem a primeira tribulação. Jr 17:5-6

A terceira lição é que cada um de nós, individualmente, comparecerá diante dEle, patente, transparente, sem máscaras, sem riquezas, sem amigos, sem familiares,  sem recantos pra se esconder; para responder pelas suas escolhas, pelos seus atos, seus desvarios, suas obras...E nesse Dia, grandioso momento, não podemos fugir, estamos encurralados, igual a esse peixinho no aquário, esperando o julgamento.

De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Rm 14:12

A quarta lição que aprendi observando o peixinho no aquário é que mesmo diante das maiores aflições, tribulações, e profunda solidão, podemos transformar as adversidades, em gozo e aprendizagem, como por exemplo, deixando morrer o nosso eu, o velho homem, cheio de soberba; e nos aquietarmos e nos entregarmos nos braços do Pai benigno, amoroso, compassivo, perdoador.

Faço minhas as palavras de Davi, que em momentos extremos de aflições, soube reconhecer a soberania do Senhor, e preferiu:

Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.

Bem sei eu, ó SENHOR, que os teus juízos são justos, e que segundo a tua fidelidade me afligiste. Sl 119 71,75

Enfim, a sós com Ele, seremos livres e sadios peixinhos,  vivendo Cristo em nós, por toda a eternidade!


Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Fl 1:21








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