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sexta-feira, 8 de junho de 2012

COMO UMA NEBLINA

-SERVAMARA-


Hoje acordei super cedo, quer dizer meu gatinho me acordou, ele é exigente e fica miando, miando... até eu acordar e me levantar, não preciso usar mais despertador; todas dias, às 4:00 horas da manhã, ele me acorda...e o que o amor não faz, cedo aos seus caprichos, acordo e lá vou eu atender as suas necessidades.

E o dia amanheceu meio cinzento, e da minha varanda presenciei uma cena que não é muito comum aqui na minha cidade, uma neblina encobrindo o horizonte; e essa paisagem me fez relembrar uma viagem que realizei a muitos anos atrás, quando eu fui de ônibus daqui até São Paulo, e em toda viagem, presenciei inúmeras neblinas nas estradas, tinha momento que ficava com receio do motorista perder a direção do ônibus, em virtude da intensa neblina  que se descortinava a sua frente; mas a viagem transcorreu normalmente e nenhum imprevisto aconteceu...

E comecei a meditar...olhando a neblina...e percebo que a nossa vida é como uma neblina, por dois importantes aspectos: o primeiro aspecto é que a vida  passa rápido demais, da nossa infância para a nossa velhice, um limiar muito curto nos separa; e a Palavra nos alerta sobre essa preciosa verdade, sobre a brevidade da nossa vida.

Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece. Tg 4:14

Por isso serão como a nuvem da manhã, e como o orvalho da madrugada, que cedo passa; como folhelho que a tempestade lança da eira, e como a fumaça da chaminé. Os 13:3


E o segundo aspecto é que a nossa vida terrena é como uma neblina, porque apenas temos uma visão  distorcida, encoberta,  da verdadeira realidade, vida, eternidade!

Sendo assim temos que viver como forasteiros, peregrinos, nessa terra que estamos  só de passagem...e nos determos, e nos apegarmos aos valores essencias, eternos; fazendo a perfeita vontade Daquele que é o Sol, A Luz que nos guia o caminho, para sairmos da neblina que nos entorpece, cega, envolve! 1 Jo 2:17;

Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.
2 Co 4:18

E hoje também me detive a ler algo muito inspirador que Rubem Alves escreveu...e acalentou a minha alma, espero que gostem!

E que saboreiem , calmamente, sabiamente, as cerejas da vida, que ainda restam em suas mãos!






"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.

Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.

Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,

O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!"

(Rubem Alves)















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