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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

AO DEUS DESCONHECIDO!





POVOS DO DEUS REMOTO


Os atenienses
Em alguma época, durante o sexto século antes de Cristo, numa reunião do conselho na Colina de Marte, em Atenas...


“Diga-nos, Nícias, que aviso o oráculo de Pítias lhe deu? Por que esta praga caiu sobre nós? E por que os inúmeros sacrifícios realizados de nada adiantaram?”

O impassível Nícias olhou de frente o presidente do conselho e afirmou:

“A sacerdotisa declara que nossa cidade se encontra sob uma terrível maldição. Um certo deus a colocou sobre nós por causa do medonho crime de traição do rei Megacles contra os seguidores de Cylon.”

“É verdade! Lembro-me agora”, disse sombriamente outro membro do conselho. “Megacles obteve a rendição dos seguidores de Cylon com uma promessa de anistia, depois violou prontamente sua própria palavra e os matou! Mas qual é o deus que ainda nos condena por esse crime?
Já oferecemos sacrifícios de expiação a todos os deuses!”

“Não é bem assim”, replicou Nícias. “A sacerdotisa afirma que resta ainda um deus a ser apaziguado.”

“Quem poderia ser?” perguntaram os anciãos, olhando incrédulos para Nícias.

“Não posso contar-lhes”, respondeu ele. “O próprio oráculo parece não saber o seu nome. Ela disse apenas que...”

Nícias fez uma pausa, observando as faces ansiosas de seus colegas.
Enquanto isso, da cidade enlutada à volta deles, ouvia-se o eco de milhares de cânticos fúnebres.

Nícias continuou: “... precisamos enviar um navio imediatamente a Cnossos, na Ilha de Creta, e trazer de lá para Atenas um homem chamado Epimênides. A sacerdotisa assegurou-me que ele saberá como apaziguar esse deus ofendido, livrando assim a nossa cidade.”

“Não existe alguém suficientemente sábio aqui em Atenas?”
esbravejou um ancião indignado. “Temos de apelar para um... um estrangeiro?”

“Se conhece algum grande sábio em Atenas, pode chamá-lo”, disse Nícias. “Caso contrário, cumpramos simplesmente as ordens do oráculo.”

Um vento frio, frio como se tocado pelos dedos gélidos do terror que varria Atenas, fez-se presente na câmara de mármore branco do conselho na Colina de Marte. Aconchegando-se mais em seu manto de magistrado, cada ancião refletiu sobre as palavras de Nícias.

“Vá em nosso nome, meu amigo”, disse o presidente do conselho.

“Traga esse Epimênides! Se ele atender ao seu pedido e livrar nossa cidade, nós o recompensaremos.”

Os demais membros do conselho concordaram. O calmo Nícias, de voz suave, levantou-se, inclinando-se diante da assembléia, deixando a câmara. Ao descer a Colina de Marte, ele se encaminhou para o porto de Pireu, que ficava a 13 km de distância, na Baía de Falerom.
Um navio achava-se ali ancorado.

Epimênides desceu agilmente para a terra, em Pireu, seguido de Nícias. Os dois homens encaminharam-se de imediato para Atenas, recobrando aos poucos a força das pernas depois da longa viagem por mar, desde Creta. Ao entrarem na já mundialmente famosa “cidade dos filósofos”, os sinais da praga eram vistos por toda a parte. Mas Epimênides observou outra coisa:

“Nunca vi tantos deuses!” exclamou o cretense para o seu guia, piscando surpreso. Falanges ladeavam os dois lados da estrada que saía do Pireu. Outros deuses, centenas deles, adornavam um terreno íngreme e rochoso, chamado acrópole. Tempos depois, nesse mesmo lugar, os atenienses construíram o Partenon.

“Quantos são os deuses de Atenas?” inquiriu Epimênides.

“Várias centenas pelo menos!” replicou Nícias.

“Várias centenas!”, foi a exclamação espantada de Epimênides.

“Aqui é mais fácil encontrar deuses do que homens!”

“Tem razão!”, riu o conselheiro Nícias. “Não sei quantos provérbios já foram feitos sobre ‘Atenas, a cidade saturada de deuses’. Com a mesma facilidade que se tira uma pedra da pedreira, outro deus é trazido para a cidade!”

Nícias parou repentinamente, refletindo sobre o que acabara de dizer. “Todavia”, começou pensativo, “o oráculo de Pítias declara que os atenienses precisam apaziguar ainda um outro deus. E você, Epimênides, deve promover a intercessão necessária. Ao que parece, apesar do que eu disse, nós, atenienses, ainda precisamos de mais um deus!”

Jogando a cabeça para trás e rindo, Nícias exclamou: “Realmente, Epimênides, não consigo adivinhar quem poderia ser esse outro deus.
Os atenienses são os maiores colecionadores de deuses no mundo! Já saqueamos as teologias de muitos povos das vizinhanças, apoderamonos de toda divindade que possamos transportar para a nossa cidade, por terra ou por mar.”

“Talvez seja esse o seu problema”, disse Epimênides com um ar misterioso.

Nícias piscou os olhos para o amigo, sem compreender, como quem deseja um esclarecimento desse último comentário. Mas alguma coisa na atitude de Epimênides o silenciou. Momentos depois, chegaram a um pórtico com piso de mármore, junto à câmara do conselho na Colina de Marte. Os anciãos de Atenas já haviam sido avisados e o conselho os esperava.

"Epimênides, agradecemos, agradecemos sua..." começou o presidente da assembléia.

"Sábios anciãos de Atenas, não há necessidade de agradecimentos." Epimênides interrompeu."Amanhã, ao nascer do sol, tragam um rebanho de ovelhas, um grupo de pedreiros e uma grande quantidade de pedras e argamassa até a ladeira coberta de relava, ao pé desta tocha sagrada. As ovelhas devem ser todas sadias e de cores diferentes- algumas brancas,outras pretas. Vocês não devem deixá-las comer depois do descanso noturno. É preciso que sejam ovelhas famintas!
Vou descansar da viagem. Acordem-me ao amanhecer."

Os membros do conselho trocaram olhares curiosos, enquanto Epimênides cruzava o pórtico em direção a um quarto sossegado, enrolando-se em seu manto como num cobertor e sentando-se para meditar.

O presidente voltou-se para um dos jovens membros do conselho."Veja que tudo seja feito como ele ordenou", disse ele.

"As ovelhas estão aqui", falou o jovem membro, humildemente,Epimênides, despenteado e ainda meio dormindo, saiu do seu descanso e seguiu o mensageiro até a ladeira que ficava na base da Colina de Marte. Dois rebanhos-um de ovelhas pretas e brancas e outro de conselheiros, pastores e pedreiros-achavam-se à espera, debaixo do sol que nascia. Centenas de cidadãos, desfigurados por outra noite de vígilia cuidando de doentes atingidos pela praga e chorando os mortos, galgaram os pequenos outeiros e ficaram observando ansiosos.

"Sábios anciãos", começou Epimênides,"vocês já se esforçaram muito oferecendo sacrifícios aos seus numerosos deuses; entretanto,tudo se mostrou inútil.Vou agora oferecer sacrifícios baseando três suposições bem diferentes das suas. Minha primeira suposição..."

Todos os olhos fixos ao cretense de elevada estatura; todos ouvidos atentos para captar suas próprias palavra.

"...é que existe ainda outro deus interessado na questão desta praga-um deus cujo nome não conhecemos e que não está, portanto,sendo representado por qualquer idólo em sua cidade.Segundo vou supor também que esse deus é bastante poderoso e suficiente bondoso para fazer alguma coisa a respeito de praga, se apenas pedirmos a sua ajuda."

"Invocar um deus cujo nome é desconhecido?"exclamou um dos anciãos."Isso é possível?"

"A terceira suposiçao é minha resposta à sua pergunta", replicou Epimênides."Essa hipótese é simples.Qualquer deus suficientemente grande e bondoso para fazer algo a respeito da praga é também poderoso e misericordioso para nos favorecer em nossa ignorância-se a reconhecermos e o invocarmos!"

Múrmurios de aprovação misturaram-se com o balido de ovelhas famintas.Os anciãos de Atenas jamais tinham ouvido essa linha de raciocínio antes.

"Mas, por que as ovelhas deviam ser de cores diferentes?" perguntavam eles.

"Agora!" gritou Epimênides, "preparem-se para soltar as ovelhas na ladeira sagrada! Uma voz soltas, deixem que cada animal paste onde quiser, mas façam com que seja seguido por um homem que o observe cuidadosamente." A seguir, leventando os olhos para o céu, Epimênides orou com voz profunda e cheia de confiança: Ó,tu, deus desconhecido! Contempla a praga que aflige esta cidade! E se de fato tens compaixão para nos perdoar e ajudar, observa este rebanho de ovelhas!
Revela tua disposição para responder, eu peço, fazendo com que qualquer ovelha que te agrade deite na relva em vez de pastar. Escolha as brancas se elas te agradarem; as pretas se te causarem prazer. As que escolheres serão sacrificadas a ti, reconhecendo nossa lamentável ignorância do teu nome!"

Epimênides sentou-se na grama, inclinou a cabeça e fez sinal aos pastores que guardavam o rebanho.Estes vagarosamente se afastaram.
Com rapidez e voracidade, as ovelhas se espalharam pela colina, começando a pastar. Epimênides ficou ali sentado como uma estátua, com olhos baixos.

"É inútil", murmurou baixinho."Mal amanheceu e raras vezes vi um rebanho tão faminto. Nenhum animal vai deitar-se antes de encher o estômago e quem acreditará então que foi deus que o levou a isso?"

Epimênides deve ter escolhido esta hora do dia deliberadamente!”respondeu Nícias.”Só assim poderemos saber que a ovelha que se deitar o fará em obediência à vontade desse deus desconhecido, e não por sua própria inclinação.

Mal Nícias terminara de falar quando um pastor gritou:"Olhem!"
Todos os olhos se voltaram para ver um carneiro dobrar os joelhos e deitar-se na relva.

"Eis aqui outro!" bradou um conselheiro surpreso, fora de si por causa do espanto. Em poucos minutos, algumas das ovelhas se achavam acomodadas sobre a relva suculenta demais para que qualquer herbívoro faminto pudesse resistir-em circunstâncias normais!

"Se apenas um deitasse, teríamos dito que estava doente!" exclamou o presidente do conselho."Mas isto! Isto só pode ser uma resposta!"

Com olhos cheios de referência, ele se voltou, dizendo a Epimênides: "O que faremos agora?"

"Separemas ovelhas que estão descansando", replicou o cretense levantando a cabeça pela primeira vez desde que invocara o deus desconhecido,"e marquem o lugar onde cada uma se acha. Faça, depois com os pedreiros levantem altares-um altar em cada ponto onde as ovelhas descansarem!"

Cheios de entusiasmo, os pedreiros começaram a fazer argamassa e no final da tarde ela já havia endurecido o suficiente.Todos os altares estavam preparados para o uso.

"Qual o nome do deus que gravaremos sobre esses altares?" perguntou um dos conselheiros do grupo mais jovem, excessivamente ansioso.Todos se voltaram para ouvir a resposta do cretense.

"Nome?" repetiu Epimênides, refletindo."A divindade, cuja ajuda buscamos, agradou-se em responder à nossa admissão de ignorância. Se agora pretendermos mostrar conhecimento, gravando um nome quando na verdade não temos a menor idéia a respeito dele, temo que vamos apenas ofendê-la!"

"Não podemos correr esse risco" concordou o presidente do conselho."Mas com certeza deve haver um meio apropriado de dedicar cada altar antes de usá-lo."Tem razão, sábio conselheiro", declarou Epimênides com um sorriso raro."Existe um meio. Inscreveram simplesmente as palavras agnosto theo-a um deus desconhecido-no lado de cada altar.
Nada é mais necessário.

Os atenienses gravaram as palavras recomendadas pelo conselheiro cretense. A seguir, sacrificaram cada ovelha "dedicada" sobre o altar, marcando o ponto em que a mesma havia deitado. A noite caiu.
Na madrugada do dia seguinte, o aperto mortal da praga sobre a cidade já se havia afrouxado. No decorrer de uma semana,os doentes sararam.Atenas encheu-se de louvor ao "Deus desconhecido" de Epimênides e também a este, por ter prestado socorro tão surpreendetemente de um modo verdadeiramente engenhoso. Cidadãos agradecidos colocaram festões de flores ao redor do despretensioso conjunto de altares na encosta da Colina de Marte. Mais tarde, ele esculpiram uma estátua de Epimênides sentado e colocaram diante de um de seus templos.
(extraído do livro- Fator Melquisedeque-Don Richardson)





-SERVAMARA-


Em Atenas, Paulo se comoveu em espírito ao ver a cidade entregue à idolatria; mas não se curvou ao domínio maligno e pregou com intrepidez no Areópago; mas encontrou uma acirrada disputa entre os judeus, religiosos, filósofos epicureus e estóicos que contendiam com ele.

Mas ele inspirado pelo Espírito Santo encontrou uma brecha para pregar a palavra da Salvação entre eles; observando seus inúmeros santuários, ele observou um altar onde estava escrito:

AO DEUS DESCONHECIDO!

E Paulo esclareceu que eles honravam ao mesmo Deus que ele queria anunciar!


Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.At 17:23



A um Deus que não habitava em templos feitos por mãos humanas, que era benigno, poderoso e criador de todas as coisas! At 17:24-25

Um Deus que não contava nosso tempo de ignorância. que mesmo tateando...Se o buscassemos o encontraríamos; pois NELE, somente NELE, vivemos, nos movemos e existimos. At 17:27-28

E Paulo anunciava a ressurreição dos mortos, o arrependimento dos pecados e o Juízo vindouro que viria sobre toda carne!

Mas eles não queriam ouvir, aceitar! E escarneciam dele!

Não deixando outra opção a Paulo, do que sacudir o pó sobre essa cidade!

Mas alguns creram e foram abençoados!


Todavia, chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros. At 17:34



Durante o sexto século antes de Cristo, um homem de visão foi tocado para buscar, orar e clamar... Diante o silêncio de inúmeros outros deuses diante uma grande praga!

Epimênides através de suas inúmeras indagações, tateações encontrou o deus desconhecido, O Único e Poderoso Senhor!


Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós. At 17:27


Séculos mais tarde, Paulo o reconheceu como um profeta,e numa carta a Tito, ele cita algo que Epimênides disse a respeito dos cretenses:


Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos.

Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé.Tt 1:12-13




O Senhor implantou uma semente, a eternidade dentro de nós...Não importa o lugar, por mais longínquo que seja! O povo mais rebelde, incauto!


A MÃO PODEROSA E ABENÇOADORA DO SENHOR TOCARÁ, ALCANÇARÁ!



Tudo fez formoso no seu devido tempo.Também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez o princípio até o fim.Ec 3:11












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