Ficamos mais pobres, não quando perdemos bens materiais, dinheiro, posição social...ficamos mais pobres, quando perdemos alguém, um amigo, que aprendemos a amar, confiar, compartilhar;
A nossa vida, jamais será a mesma, após a sua partida; podemos tentar disfarçar, e pensar...ninguém é insubstituível, mas um amigo é!
Igual a ele, não tem outro igual, e o Senhor ao imaginá-lo, criá-lo, jogou a sua forma fora, no ar, no universo, pra jamais, criar algo semelhante!
Ficamos mais pobres...uma pedacinho nosso se vai...e nunca mais vamos ser o mesmo, após conhecê-lo!
O rei Davi era cercado de súditos, filhos, pessoas que o serviam, e até o bajulava; mas uma amigo fiel era uma coisa rara e preciosa, e ele encontrou esse amigo; apesar, das diferenças, distâncias, ele encontrou Jônatas, filho do seu maior perseguidor, algoz!
Mas isso não foi motivo, barreira, para que entre eles não desenvolvesse uma amizade profunda, e tão verdadeira, que os marcou pra sempre!
Quando o rei Davi soube da morte do seu amado amigo, com seu pai, ele fez um lamento, cântico retratando toda sua dor.
Saul e Jônatas, tão amados e queridos na sua vida, também na sua morte não se separaram; eram mais ligeiros do que as águias, mais fortes do que os leões.
Vós, filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestia de escarlata em delícias, que vos fazia trazer ornamentos de ouro sobre as vossas vestes.
Como caíram os poderosos, no meio da peleja! Jônatas nos teus altos foi morto.
Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; quão amabilíssimo me eras! Mais maravilhoso me era o teu amor do que o amor das mulheres.
Como caíram os poderosos, e pereceram as armas de guerra! 2 Sm 1 23-27
Ficamos mais pobres, não adianta negar, esconder...
Bem verdadeiro, precioso, raro...que por mais que tenhamos dinheiro, posição social, prestígio...jamais podemos comprá-lo!!!
O Senhor nos consola, afaga...mas não podemos negar a nossa dor e Ele nos conhece, sabe o quanto amavamos aquele amigo que partiu...e Ele compartilha conosco a nossa dor!
O espelho continua igual...mas o reflexo que enxergava do seu rosto amigo, já não vejo mais!
O meu rosto está mais fosco, pois não retrata mais o brilho da tua presença em mim!
Soneto de Amigo
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
(Vínicius de Moraes)
(Vínicius de Moraes)
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