Outro dia, voltando da igreja, cheguei em casa e tentei abrir o cadeado do meu portão, e nada de conseguir, por mais que forçasse, ele não abria; tive que ligar para minha filha, que estava em casa, ela desceu para tentar abrir e também não conseguiu...eu não podia entrar na minha casa e ela não podia sair!
Não teve jeito, sair em busca de um chaveiro, e tive a maior dificuldade de encontrá-lo, porque era domingo, e já era de tarde...e quando o encontrei, ele estava em sua casa, e me cobrou mais caro, porque ele não estava mais trabalhando, e teria de deixar o seu descanso e lazer, para vir atender a minha urgente necessidade; tive que aceitar o seu preço, esperá-lo, quase uma hora, em uma lanchonete perto de minha casa, e foi um alívio, quando ele chegou e tão rapidamente quebrou o cadeado, abrindo o meu portão; e me orientando a comprar outro cadeado, com outras chaves...
Nunca pensei que daria tanto valor a um profissional como naquele momento...depois que ele saiu, pude tomar banho, almoçar, relaxar, conversar com minha filha, e descansar o resto da tarde e da noite.
Com certeza, você também já deve ter passado uma situação assim, seja com a chave da sua casa, do seu portão, e o pior perder a chave do seu carro, atrasando os seus afazeres, e compromissos;
Me lembrei dessa situação que aconteceu comigo, porque tem relação com o tema que eu gostaria de abordar hoje; quando tentamos abrir uma porta que o Senhor fechou, e quanto nos esforçamos para abri-la por nossa força, como eu insistir para abrir o cadeado do meu portão; e não satisfeitos com a porta fechada, ainda chamamos outras pessoas para nos ajudar, como eu chamei a minha filha, e acabamos complicando muito mais a nossa situação.
Porque as outras pessoas, por mais que sejam bondosas, amigas, e queiram nos ajudar; elas não são especialistas em abrir portas, nem materialmente, porque só um chaveiro é especialista em abri-las; assim como também só O Senhor é Especialista em abrir as portas,e só Ele tem esse Grandioso Poder!
E se formos arrogantes, agindo assim estaremos demonstrando não confiar na Sua benignidade, no Seu zelo e no Seu Amor; Ele sabe o que é melhor para nós, e sabe qual é a porta que tem de ser aberta, e o momento certo, para que isso ocorra; e se insistirmos, igual a uma criança teimosa, birrenta, corremos o risco, de sermos rebeldes, incrédulos quanto a Sua soberania!
Então cuidado, quando o quê você tanto quer, deseja, sonha... não flui, não te dá paz, têm inúmeros impecilhos, e por mais que você se esforce, e até tente ajudar O Senhor...a porta continua fechada!
E o pior, longe da Sua Preciosa Presença!
Lembre-se só Ele tem o molho de chaves que pode abrir as portas pra tudo que mais almejas e queres!
E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre:
Apocalipse 3:7
"Nos céus, estabeleceu o Senhor o seu trono, e o seu reino domina sobre tudo."(SL 103.19.)
Certo dia no princípio da primavera, eu estava saindo à porta, quando de repente um golpe de vento noroeste veio entrando- impiedoso, desagradável, debilitante- levantando, ao passar, uma nuvem de poeira.
Fechei a porta e estava tirando a chave do trinco, quando disse um tanto impaciente: "Ah, esse vento; gostaria que ele..." eu ia dizer mudasse, mas contive a palavra e a frase nunca se completou.
Enquanto fui andando, o pequeno incidente tornou-se para mim uma parábola. Era como se um anjo tivesse vindo a mim, dizendo:
"Meu mestre te saúda e manda-te isto."
"O quê?" perguntei.
"A chave dos ventos", disse o anjo, e desapareceu.
Agora sim eu ia ficar contente! Corri para o lugar de onde vinham os ventos e me pus entre as suas cavernas. "Pelo menos acabarei com o vento não nos aborrecerá mais", exclamei. E fazendo recolher-se aquele vento indesejável, fechei a porta atrás dele. E ouvi os seus ecos pelas cavernas. Virei a chave na fechadura em triunfo. "Pronto", falei, "acabamos com ele."
"Qual escolherei no seu lugar?" perguntei a mim mesmo, olhando em volta. "O vento sul traz bom tempo"; e pensei nos rebanhos e em toda vida nascente em toda parte, e nas flores despontando nas cercas-vivas. Mas quando coloquei a chave na sua porta, ela começou queimar a mão.
"O que estou fazendo?", exclamei. "Quem sabe que danos irei causar? Como posso saber o que querem os campos? Milhares de males podem resultar desta minha loucura."
Confuso e emvergonhado, olhei para cima e orei para que o Senhor me enviasse o seu anjo outra vez para tomar a chave; e de minha parte prometi que não a quereria mais.
Mas eis que o Senhor mesmo se pôs ao meu lado e estendeu a mão para pegar a chave. Ao deixá-la em sua mão, vi que pousou de encontro ao sagrado sinal do cravo.
Doeu-me pensar que alguma vez tivesse murmurado contra qualquer coisa executada por Áquele que trazia tão sagradas marcas de amor. Ele então tomou a chave e colocou na seu molho.
- Tu guardas as chaves dos ventos? perguntei.
- Sim, meu filho, respondeu com mansidão.
Olhei outra vez aquele molho, e lá estavam todas as chaves de toda a minha vida. Ele viu meu olhar surpreso e perguntou:
- Não sabias, meu filho, que o meu reino domina sobre tudo?
- Sobre tudo, meu Senhor! respondi. Então não convém que eu murmure contra coisa alguma?
Ele colocou a mão amorosamente sobre mim e disse:
- Meu filho, a única coisa que te convém é, em tudo, amar, confiar e louvar- Mark Gui Pearse
(extraído do livro: Mananciais no Deserto de Lettie Cowman)
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